Um Pouco sobre os Desertos.
O mais comum, que nos vem a mente é...
Uma região que recebe pouca chuva “ precipitação
pluviométrica”
Como conseqüência, os desertos têm a reputação de serem
capazes de sustentar pouca vida. Comparando-se com regiões mais úmidas isto
pode ser verdade, porém, examinando-se mais detalhadamente, os desertos
freqüentemente abrigam uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida
(especialmente durante o dia) para conservar umidade.
Aproximadamente 20% da superfície continental da Terra são
desérticos.
As paisagens desérticas têm alguns elementos em comum. O solo do deserto
é principalmente composto de areia, e dunas podem estar presentes. Paisagens de
solo rochoso são típicas, e refletem o reduzido desenvolvimento do solo e a
escassez de vegetação. As terras baixas podem ser planícies cobertas com sal.
Os processos de erosão eólica ( provocados pelo vento) são importantes fatores
na formação de paisagens desérticas.
Os desertos algumas vezes contêm depósitos minerais valiosos
que foram formados no ambiente árido ou que foram expostos pela erosão.
Por serem locais
secos, os desertos são locais ideais para a preservação de artefatos humanos e
fósseis.
Sua vegetação é
constituída por gramíneos e pequenos arbustos, é rala e espaçada, ocupando
apenas lugares em que a pouca água existente pode se acumular (fendas do solo
ou debaixo das rochas).
As maiores regiões desérticas do globo situam-se na África
(deserto do Saara) e na Ásia (deserto de Gobi).
Há Vida no Deserto.
A fauna predominante no deserto é composta por animais
roedore
(ratos-cangurus), por répteis (serpentes e lagartos), e por insetos.
Os animais e plantas têm marcantes adaptações à falta de água. Muitos animais
saem das tocas somente à noite, e outros podem passar a vida inteira sem beber
água, extraindo-a do alimento que ingerem.
Um deserto é um ambiente hostil e potencialmente mortal para
seres humanos despreparados. Nos desertos quentes, altas temperaturas causam
perda rápida de água devido ao suor, e à ausência de fontes de água para
recuperar o líquido perdido, podendo resultar em desidratação e morte dentro de
poucos dias. Além disso, os humanos desprotegidos também ficam sujeitos ao
risco da insolação.
Os seres humanos também podem ter de se adaptar às
tempestades de areia em alguns desertos, e não apenas nos seus efeitos nocivos
para o sistema respiratório e os olhos, mas também nos seus efeitos
potencialmente prejudiciais sobre os equipamentos, tais como filtros, veículos
e equipamentos de comunicação. Tempestades de areia podem durar horas, às vezes
até dias. Isso faz com que sobreviver no deserto seja bastante difícil para os
humanos.
Apesar disso, algumas culturas fizeram dos desertos quentes
o seu lar durante milhares de anos, incluindo os beduínos, os tuaregues e os
índios pueblos. A tecnologia moderna, avançada, incluindo sistemas de
irrigação, dessalinização e ar condicionado tornaram os desertos muito mais
hospitaleiros.
Nos Estados Unidos e Israel, por exemplo, fazendas desérticas
têm sido amplamente utilizadas.
Aridez
No entanto, a aridez sozinha não fornece uma descrição exata
do que é um deserto. Por exemplo: a cidade de Phoenix, no estado do Arizona nos
EUA, recebe menos de 250 mm
(10 polegadas )
de chuva por ano, e é imediatamente reconhecida como sendo localizada em um
deserto. Porém, algumas regiões gélidas do Alasca ou da Antártida também
recebem menos de 250 mm
de chuva por ano e por isso também podem ser consideradas desertas.
A diferença reside no processo de evapotranspiração. A
evapotranspiração é a combinação de perda de água por evaporação atmosférica da
água do solo, junto com a perda de água também em forma de vapor, através dos
processos vitais das plantas. O potencial de evapotranspiração é, portanto, a
quantidade de água que poderia evaporar numa dada região. A cidade de Tucson,
no Arizona, recebe uns 300 mm
(12 polegadas )
anuais de chuva, no entanto, uns 2500 mm , (100 polegadas ) de
água poderiam evaporar no período de um ano. Em outras palavras, significa que
quase 8 vezes mais água poderia evaporar da região do que normalmente cai. Já
as taxas de evapotranspiração em regiões do Alasca são bastante inferiores;
então, mesmo recebendo precipitações mínimas, estas regiões específicas são bem
diferentes da definição mais simples de um deserto: um lugar onde a evaporação
supera o total da precipitação pluviométrica.
A principal característica de um
deserto é a seca.
Diferentes Formas de Deserto
Desertos frios podem ser
cobertos de neve; esses locais não recebem muita chuva, e a que cai permanece
congelada como neve compacta. Essas áreas são comumente chamadas de tundra,
quando nelas existe uma curta estação com temperaturas acima de zero grau
Celsius e alguma vegetação floresce neste período; ou de regiões de capa de
gelo, se temperatura permanece abaixo do ponto de congelamento durante todo o
ano, deixando o solo praticamente sem formas de vida.
A maioria dos desertos não-polares ocorre por que eles têm
pouquíssima água. A água tende a refrescar, ou pelo menos a moderar, os efeitos
do clima onde ela é abundante. Em algumas partes do mundo, os desertos surgem
devido à existência de barreiras à chuva, quando as massas de ar perdem a maior
parte de sua umidade sobre uma cadeia de montanhas; outras áreas são áridas em
virtude de serem muito distantes das fontes mais próximas de umidade (isto é
verdade em algumas áreas do globo em latitudes médias, particularmente na
Ásia).
Os desertos também são classificados por sua localização
geográfica e padrão climático predominante, como ventos alísios, latitudes
médias, barreiras antichuvas, costeiros, de monção, e polares.
Antigas áreas
desérticas presentes em regiões não-áridas formam os chamados paleodesertos.
Há ainda os desertos extraterrestres, em outros planetas.
Desertos em regiões de ventos contra-alísios
Os ventos contra-alísios ocorrem em duas faixas do globo
divididas pela linha do Equador, e se formam pelo aquecimento do ar junto à
região equatorial. Estes ventos secos dissipam a cobertura de nuvens,
permitindo que mais luz do Sol aqueça o solo. A maioria dos grandes desertos da
Terra está em regiões cruzadas por ventos contra-alísios. O maior deserto do
nosso planeta, o Saara, no norte da África, que já experimentou temperaturas de
58 °C é
um deserto de ventos contra-alísios.
Desertos de latitudes médias.
Desertos de latitudes médias ocorrem entre os paralelos 30°
e 50° N. e também na mesma faixa no hemisfério sul, em zonas de alta pressão
subtropicais. Estes desertos estão em bacias de drenagem distantes dos oceanos
e têm grandes variações de temperaturas anuais. O deserto de Sonora, no
sudoeste da América do Norte é um típico deserto de latitude média. O deserto
de Tengger, na China, é um outro exemplo.
Desertos devido a barreiras ao ar úmido
Paisagem típica no Deserto de Negev, com areias de múltiplas
cores e rios secos, ocasionalmente inundados no inverno por instantâneas
enchentes.
Desertos deste tipo se formam devido a grandes barreiras
montanhosas que impedem a chegada de nuvens úmidas nas áreas a sotavento (ou
seja, protegidas do vento, que traz a umidade). À medida que o ar sobe a
montanha, a água se precipita e o ar perde seu conteúdo úmido. Assim, um
deserto se forma do lado oposto. O deserto da Judeia em Israel e Palestina são
exemplos, assim como o deserto do Vale da Morte, nos EUA, que é formado pelos
ventos Chinook que formam uma zona de sombra de chuva no local.
Deserto de Atacama, no Chile.
Desertos costeiros geralmente se localizam nas bordas
ocidentais de continentes próximas aos Trópicos de Câncer e de Capricórnio.
Eles são afetados por correntes oceânicas costeiras frias, que correm
paralelamente à costa. Devido aos sistemas de vento local dominar os ventos
alísios, estes desertos são menos estáveis que os de outros tipos. No inverno,
nevoeiros, produzidos por correntes frias ascendentes, freqüentemente cobrem os
desertos costeiros com um manto branco que bloqueia a radiação solar. Os
desertos costeiros são relativamente complexos, pois eles são o produto de
sistemas terrestres, oceânicos e atmosféricos. Um deserto costeiro, o Ata cama,
é o mais seco da Terra. Nele, uma chuva possível de ser medida - isto é, de um
milímetro ou mais - pode ocorrer uma vez a cada cinco ou até a cada vinte anos.
Dunas em forma de lua crescente são comuns desertos
costeiros, como o Namibe, na África, onde prevalecem os ventos do continente
para o mar.
Desertos de monção.
"Monção," derivada de uma palavra árabe que
significa "estação climática", refere-se a um sistema de ventos com
acentuada reversão sazonal. As monções se desenvolvem em resposta a variações
de temperatura entre os continentes e os oceanos. Os ventos alísios do sul do
Oceano Índico, por exemplo, despejam pesadas chuvas na Índia ao chegarem à
costa. Conforme a monção cruza a Índia, ela perde sua umidade no lado oriental
da cadeia montanhosa Aravalli. O deserto do Rajastão na Índia, e o deserto Thar
no Paquistão, são parte de uma região de deserto de monção a oeste da cadeia de
montanhas..
Antártida.
Desertos polares são áreas com precipitação anual inferior a
250 mm
e uma temperatura média no mês mais quente do ano inferior a 10 °C . Os desertos polares do
planeta cobrem quase cinco milhões de km² e são principalmente leitos de rocha
ou planícies de cascalho. Dunas de areia não são típicas destes desertos, porém
dunas de neve comumente ocorrem em áreas onde a precipitação local é mais
abundante. As mudanças de temperatura em desertos polares freqüentemente
ultrapassam o ponto de congelamento da água. Esta alternância gelo-degelo deixa
marcas características no solo, que chegam a 5 metros de diâmetro.
Os vales secos da Antártida têm permanecido livres de gelo
há milhares de anos.
Em campos de gelo permanente se encontram ecossistemas
simples. Sobre a neve antiga se desenvolvem algas, os nutrientes tendem a se
concentrar à medida que neve e gelo se evapora. Algumas destas algas são de cor
vermelha brilhante. Existem ecossistemas marinhos ativos no gelo e na água,
debaixo do grande mar de gelo que cobre o oceano polar. Um ecossistema
diversificado de algas e pequenos consumidores vive no lado inferior do gelo;
estes sistemas utilizam luz solar que penetra no gelo durante o verão, como
fonte de energia. As águas que fluem por debaixo do gelo também carregam
matéria orgânica produzida em outros lugares, abastecendo de alimento uma
grande população de peixes. Muitos mamíferos marinhos vivem de pescado; assim,
focas, orcas (baleias) e ursos polares estão no topo da cadeia alimentar polar.
Algumas espécies de peixes e anfíbios que vivem debaixo das águas congeladas
ainda não foram reconhecidas pelo homem.
Paleodesertos (desertos "fósseis").
Pesquisas em mares de areia (vastas regiões de dunas)
antigos, mudanças em bacias lacustres, análises arqueológicas e de vegetação
indicam que as condições climáticas mudaram consideravelmente em vastas áreas
do planeta num passado geológico recente. Durante os últimos 12 500 anos, por
exemplo, partes de alguns desertos já foram bem mais áridas do que são hoje.
Cerca de 10% da terra situada entre a latitude 30° N. e 30° S. é hoje coberta
por mares de areia. No entanto, 18.000 anos atrás, mares de areia formando dois
imensos cinturões ocupavam quase 50% desta área. Tal como ocorre hoje,
florestas tropicais e savanas ocupavam a zona entre estas duas faixas.
Sedimentos fósseis de desertos com até 500 milhões de anos
foram encontrados em muitas partes do globo. Padrões de sedimentos de dunas
foram encontrados em áreas que hoje não são desérticas. Muitas destas
"relíquias" de dunas hoje recebem entre 80 e 150 mm de chuva por ano.
Algumas antigas regiões de dunas hoje são ocupadas por florestas tropicais
úmidas.
As montanhas de areia chamadas Sand Hills são um campo de
dunas inativo de 57.000 km² no centro de Nebraska. O maior mar de areia no
hemisfério ocidental está hoje estabilizado por vegetação, e recebe cerca de 500 mm de chuva por ano. As
dunas de Sand Hills chegam aos 120
m de altura.
O deserto do Kalahari também é um paleodeserto.
Desertos em outros planetas.
Aspecto do deserto marciano fotografado pelos veículos
explorador geológico Spirit, em 2004.
Marte é o único dentre os outros planetas do sistema solar
no qual já se identificaram desertos eólicos. Apesar de a pressão atmosférica
na sua superfície ser apenas 1/100 da terrestre, os padrões de circulação
atmosférica em Marte formou um mar de areia circumpolar com mais de cinco
milhões de km², maior que os maiores mares de areia da Terra. Os mares de areia
marcianos consistem principalmente de dunas em forma de meia-lua em áreas
planas próximas à camada perene de gelo do pólo norte do planeta. Campos de
dunas menores ocupam o fundo de muitas crateras nas regiões polares marcianas.
Definir um deserto somente pela ausência de chuva, ao invés
de também considerar fatores eólicos, classificaria como tal todos os fenômenos
similares a este fora do nosso planeta. O único corpo celeste onde se considera
possível que exista precipitação é Titã, a lua de Saturno; ela não tem água em
estado líquido, no entanto é possível que tenha metano e outros hidrocarbonetos
em estado líquido.
Recursos minerais
Deserto Sinai, no Egito.
Alguns depósitos minerais se formaram, foram enriquecidos ou
preservados por processos geológicos que ocorrem em regiões áridas, como
consequência do clima. A água no solo lixivia os minerais e os redeposita em
zonas próximas ao lençol freático. Este processo de lixiviação concentra estes
minerais em depósitos que podem ser minerados.
A evaporação em terras áridas aumenta a acumulação mineral
em áreas onde se formam lagos temporário. Os salares ou "playas"
podem ser fontes de depósitos minerais formados por evaporação. A evaporação em
bacias fechadas precipita minerais tais como o gesso, sais (incluindo o nitrato
de sódio ou salitre, e o cloreto de sódio) e os boratos. Os minérios formados
nestes depósitos após evaporação dependem da composição e da temperatura das
águas salinas no momento de sua formação.
Depósitos de evaporação significativos ocorrem no deserto da
Grande Bacia nos EUA, depósitos que ficaram famosos pela exploração e posterior
transporte em lombo de mulas desde o Vale da Morte até a ferrovia. O boro,
obtido do bórax e de boratos depositados, é um elemento essencial na manufatura
de vidros, cerâmicas, esmaltes, produtos químicos para a agricultura e
farmacêuticos.
Grandes quantidades de boratos são extraídas de depósitos de
evaporação na Califórnia.
O deserto do Atacama, no Chile
É o único entre os
desertos do mundo em termos de abundância de minerais salinos. O nitrato de
sódio (salitre) foi explorado para a manufatura de explosivos e fertilizantes
no Atacama desde meados do século XIX. Quase 3 milhões de toneladas métricas
foram exploradas durante a Primeira Guerra Mundial.
Entre os minerais valiosos encontrados em zonas áridas temos
o cobre nos desertos dos EUA, Chile, Peru e Irã; minérios de ferro, chumbo e
zinco na Austrália; cromita na Turquia; além de depósitos de ouro, prata e
urânio na Austrália e nos EUA. Minerais não metálicos tais como o berílio, a
mica, lítio, argilas, pedra-pomes e escória também ocorrem em regiões áridas. O
carbonato de sódio, sulfatos, boratos, nitratos e compostos de lítio, bromo,
iodo, cálcio e estrôncio vêm de sedimentos e evaporação de águas salinas
próximas à superfície, formadas por corpos subterrâneos de água, em geral
durante períodos geológicos recentes.
A formação de Green River no Colorado, em Wyoming, e Utah
contém depósitos aluviais e salares de evaporação criados num enorme lago cujo
nível variou por milhões de anos. Depósitos economicamente importantes de soda
(isto é, bicarbonato de sódio hidratado, uma importante fonte de compostos
deste metal), e grandes depósitos de xisto betuminoso foram criados em
ambientes áridos.
Algumas das áreas mais produtivas em petróleo na Terra são
encontradas em regiões áridas e semi-áridas da África e do Oriente Médio,
apesar de as jazidas de petróleo terem se formado originalmente no leito do
mar. Mudanças climáticas recentes transformaram os locais destas jazidas em
regiões áridas.
Outras jazidas de petróleo, entretanto, podem ter tido
origem eólica, e atualmente são encontradas em zonas úmidas. A região de
Rotliegendes, uma jazida de petróleo no Mar do Norte, está associada com
extensos depósitos por evaporação. Muitas das principais jazidas petrolíferas
dos EUA podem ter se originado entre areias levadas pelo vento. Antigos
depósitos aluviais também podem ser reservatórios de hidrocarbonetos.
Características dos desertos
Dunas de gesso no deserto White Sands, no Novo México (EUA).
A areia cobre apenas 20% dos desertos terrestres. A maior
parte da areia está em lençóis de areia e bancos de areia — vastas regiões de
dunas onduladas que lembram as ondas no mar.
Quase 50% das superfícies dos desertos são planícies onde a
ação eólica - removendo os pequenos grãos de areia - expõe cascalho solto
composto principalmente de pedriscos ásperos, mas às vezes com pedras
arredondada.
Outras superfícies de terras áridas são compostas de leitos
de pedra aflorados e expostos, solos desérticos e depósitos fluviais, incluindo
depósitos aluviais, leitos secos, lagos do deserto e oásis.
Afloramentos de
leitos de pedra normalmente ocorrem como pequenos montes, cercados por extensas
planícies erodidas.
Oásis são áreas com vegetação irrigada por fontes
subterrâneas, poços ou por irrigação. Muitos são artificiais. Os oásis são
freqüentemente o único lugar nos desertos que permitem ao homem efetuar
plantios e fixar moradia permanente.
Solos.
Dunas de areia no Vale da Morte.
Os solos que se formam em climas áridos são
predominantemente minerais com pouca matéria orgânica. A repetida acumulação de
água em alguns solos forma muita depósitos de sal. O carbonato de cálcio
precipitado de uma solução pode cimentar areia e cascalho em blocos duros, que
chegam a ter espessuras de até 50 metros .
O caliche é um depósito avermelhado, quase marrom, ou
tendente ao branco, encontrado em muitos solos de deserto. Ele normalmente
ocorre em forma de nódulos ou como cobertura de grânulos minerais formados pela
complicada interação entre a água e o gás carbônico liberado pelas raízes das
plantas ou pela decomposição de matéria orgânica
.
Vegetação
México.
A maioria das plantas do deserto é tolerante à seca e à
salinidade, tais como as xerófitas. Algumas armazenam água em suas folhas,
raízes e caules. Outras plantas do deserto têm longas raízes que penetram até o
lençol freático, firmam o solo e evitam a erosão. Os caules e folhas de algumas
plantas reduzem a velocidade superficial dos ventos que carregam areia,
protegendo assim o solo da erosão.
Os desertos normalmente têm uma cobertura vegetal esparsa,
porém muito diversificada. O deserto de Sonora, no sudoeste americano, tem a
vegetação desértica mais complexa da Terra. O gigantesco cactus saguaro fornece
ninhos às aves do deserto e funciona como "árvore". O saguaro cresce
lentamente, mas pode viver duzentos anos. Aos nove anos, ele tem cerca de
quinze centímetros de altura. Aos 75 anos, o cactus desenvolve seus primeiros
ramos. Quando totalmente adulto, o saguaro chega a quinze metros de altura e
pesa quase 10 toneladas. Eles povoam o deserto de Sonora e reforçam a impressão
de que os desertos são áreas ricas em cactus.
Apesar dos cactus serem normalmente considerados plantas dos
desertos, outros tipos de plantas adaptaram-se à vida em meio árido. Isto
inclui plantas da família da ervilha e do girassol. Os desertos frios têm como
vegetação predominantes gramíneas e arbustos.
Água
A chuva às vezes cai nos desertos, e tempestades no deserto
freqüentemente são violentas. Um recorde de 44 mm em 3 horas de chuva já
foi registrado no Saara. Grandes tempestades no Saara podem despejar quase uns
milímetros de chuva por minuto. Canais normalmente secos, chamados de arroios
ou wadis, podem encher após chuvas pesadas, e chuvas rápidas os tornam
perigosos.
Apesar de poucas chuvas caírem nos desertos, estes recebem
água corrente de fontes efêmeras, alimentadas pela chuva e neve de montanhas
adjacentes. Estas correntes enchem os canais com uma camada de lama e
freqüentemente transportam consideráveis quantidades de sedimento por um ou
dois dias. Apesar de a maioria dos desertos se situarem em bacias com drenagem
fechada ou interior, uns poucos desertos são atravessados por rios 'exóticos',
isto é, com nascentes e parte do curso fora da área desértica. Tais rios
infiltram no solo e perdem por evaporação grandes quantidades de água em suas
jornadas pelos desertos, porém seus volumes de água são tais que mantêm sua
perenidade.
O Nilo, o Colorado e o Amarelo são rios exóticos que correm em meio
a desertos para levarem seus sedimentos até o mar.
Lagos se forma onde a chuva ou água de degelo no interior
das bacias de drenagem é suficiente. O lagos dos desertos é geralmente rasos,
temporários e salgados. Por serem rasos e terem uma gradiente de profundidade
reduzido, a força do vento pode fazer as águas do lago se espalhar por vários
quilômetros quadrados. Quando o pequeno lagos seco deixa uma crosta de sal no
fundo. A área plana formada com argila, lama ou areia incrustada com sal é
conhecida como salar, ou, no México, "playa".
Há mais de cem
"playas" nos desertos norte-americanos. Muitas são relíquias de
grande lagos que existiram durante a última era glacial, quase doze mil anos
atrás. O Lago Bonneville era um lago com 52.000 km² e quase 300 metros de
profundidade entre Utah, Nevada e Idaho durante a última glaciação. Hoje os
remanescentes do Lago Bonneville incluem o Grande Lago Salgado em Utah, o Lago
Utah e o Lago Sevier. Como as "playas" de hoje são solos áridos
formados durante um passado mais úmido, elas contêm pistas úteis sobre as
mudanças climáticas.
Os terrenos planos do fundo de antigos lagos e
"playas" os tornam excelentes pistas de corrida e de testes para
aviões e veículos espaciais. Recordes de velocidade em veículos terrestres são
comumente estabelecidos na chamada Bonneville Speedway, uma pista no fundo do
Grande Lago Salgado. Ônibus espaciais pousam na "playa" de Rogers
Lake, na base aérea de Edwards, na Califórnia.
*
Confira!
Ao Lado e ao fim da Página algumas imagens de alguns dos principais Desertos do Mundo e Suas Riquezas.
Fonte:
WinkipédiA.
Adap:
Ay...
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